Desabafo

Primeiro queria pedir desculpa pela ausência no blog, digamos que eu não sou a pessoa mais organizada e com mais tempo livre que eu conheço, pra falar a verdade, sou mais desorganizada do que vocês imaginam. Posso até fazer um cronograma de tudo que vou fazer no dia, mas na hora de colocar a mão na massa mesmo, tudo muda. Sempre fui uma daquelas meninas que dorme cedo, que estuda a tarde e da dez horas da noite tá morrendo de sono. São 00:05 e eu tô exausta. Inúmeros compromissos. Uma semana antes das provas bis, com nota pra recuperrar, aula particular, academia pra correr atrás por conta do feriado, e compromissos que todas as meninas têm (como manicure, sobrancelha, etc). Tô exausta. É tanta coisa pra lembrar durante o dia a dia, é video para filmar, são as provas que estão chegando. Final de bimestre é uma loucura, para alunos Móbile então, acho que vocês ja perceberam. Aqui é um dos poucos lugares no qual eu posso realmente ficar, ficar por um tempo e apreciar tudo que tá escrito aqui, tudo o que as outras pessoas escreveram nos blogs delas, aqui é o lugar no qual eu consigo relaxar, e tirar a minha cabeça de todos os meus compromissos e horários marcados. As pessoas, hoje em dia, determinam um horário pra tudo: é hora pra fazer a unha, hora pra chegar na escola, hora pra entrar na aula, pra sair da aula, pra chegar no trabalho, hora pra fazer aquela aula de tenis no final de semana. Acho engracado como nosso dia gira em torno desses compromissos, tudo depende deles. Às vezes deixamos de nos encontrar com nossos amigos só porque temos aquela aula particular que já foi marcada, às 16:32 de um Sábado. Deixamos de viver e apreciar a cidade durante o percurso que realizamos para chegar em cada compromisso. Damos mais importância ao fato em si, e não à própria travessia, ao caminho realizado, porém são nesses caminhos que nos deparamos com os momentos mais marcantes dos nossos dias, muitas das vezes. São nesses caminhos que nos deparamos com as coisas mais incríveis, pelo simples fato dessas serem inesperadas, inéditas. Eu estava conversando com uma amiga da minha mãe que foi viajar comigo esse feriado, conversando sobre os amores passageiros e marcantes da vida dela. Ela me contou que conheceu o marido dela (com o qual já está casada há 30 anos) em um farol na rua, ele parou com o carro do lado dela e nesses poucos segundos trocaram uma conversa, combinaram de se encontrar e acabaram casando. É claro, isso foi antigamente, até porque as chances de isso acontecer hoje em dia, são pouquíssimas. Ninguém mais repara no outro, no coletivo, na própria cidade, as pessoas estão como uma engrenagem, não param, trabalham o dia inteiro, e se dispõem a fazer mil e uma loucuras para cumprir com o horário marcado. E parece que se a gente sair desse trabalho contínuo a gente para de ser produtivo, parece que a gente tá gastando horas e horas do nosso dia para nada. Infelizmente, é essa a ideia imposta pela sociedade atual, a de que só somos eficientes quando estamos trabalhando, mas vamos combinar que ninguém é de ferro, né? Isso me irrita um tanto quanto muito. E acho que é por isso que ando exausta, pelo fato de ter muitos horários marcados, que no final do dia, não me agregam nada, e quando eu vejo, já passou da meia-noite. Pelo fato das pessoas não perceberem a cidade maravilhosa na qual elas vivem, e ainda mais importante, pelo fato de eu perceber que elas não percebem isso. Espero poder viver, um dia, sem hora marcada, sem compromisso. O que você faria em um dia desses? Já parou pra pensar?

Boa noite e uma ótima semana a todos

-Maca❤️